Jejum

Jejum como prática de arrependimento e santificação

Joel 2:12-13: “Agora, ainda, diz o Senhor, convertei-vos a mim de todo o vosso coração, e isso com jejum, com choro e com pranto. Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes; e convertei-vos ao Senhor, vosso Deus, porque ele é misericordioso e compassivo, longânimo e grande em benignidade, e se arrepende do mal.”

Este versículo ensina que o jejum é uma expressão de arrependimento e de busca pela santificação diante de Deus. Ele é visto como uma maneira de se aproximar de Deus, rasgando o coração, não apenas as vestes.

Jejum como preparação espiritual e consagração

Mateus 4:1-2: “Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome.”

Antes de iniciar seu ministério público, Jesus se retirou para o deserto e jejuou como um ato de preparação espiritual e consagração. Isso pode ser interpretado como um exemplo de santificação, preparando-se para a missão divina.

Jejum para buscar a direção de Deus

Atos 13:2-3: “E servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: ‘Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.’ Então, jejuando e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram.”

O jejum aqui é praticado para buscar a direção de Deus, uma forma de consagração e separação para uma obra específica. Isso demonstra o jejum como um meio de santificação, separando-se para o serviço de Deus.

Jejum como disciplina espiritual

Isaías 58:6-9: “Este não é o jejum que escolhi, a saber: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças os laços do jugo, e deixes livres os oprimidos, e que quebres todo o jugo? Não é também que partas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres errantes, quando vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?”

Aqui, Isaías desafia os israelitas a praticarem um jejum verdadeiro, que se manifesta não apenas na abstinência de comida, mas em um comportamento justo e compassivo. O jejum que leva à santificação envolve transformação interior e ações de justiça.

Jejum como forma de humilhação e dependência de Deus

Salmo 35:13: “Mas, eu, quando eles estavam doentes, me vesti de saco; afligi-me com jejum; e a minha oração voltou ao meu peito.”

O salmista expressa um jejum de humilhação, como uma forma de dependência total de Deus e busca pela santificação através da oração e do arrependimento.

O jejum bíblico é muitas vezes associado à busca por santificação, consagração e preparação para a obra de Deus. Ele envolve mais do que simplesmente abster-se de alimentos; é um meio de se humilhar diante de Deus, de buscar Seu perdão, orientação e de praticar a justiça. O jejum de santificação, embora não seja uma expressão explícita na Bíblia, pode ser entendido como esse processo de se separar para Deus, purificar-se e crescer em santidade.

Passagens bíblicas que falam sobre os discípulos o Apóstolos jejuando

A Bíblia relata várias passagens sobre os discípulos e apóstolos jejuando, tanto em contextos pessoais quanto em momentos de missão. Aqui estão algumas dessas passagens:

1. Atos 13:2-3

"Enquanto estavam ministrando ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: 'Separai-me agora Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado.' Então, jejuando e orando, impuseram-lhes as mãos e os despediram."

Nesse trecho, os apóstolos estavam jejuando e orando enquanto buscavam a orientação de Deus para a missão de Barnabé e Saulo (Paulo).

2. Atos 14:23

"E, promovendo-lhes a eleição de presbíteros em cada igreja, oraram e jejuaram, confiando-os ao Senhor, em quem haviam crido."

Aqui, Paulo e Barnabé jejuam e oram ao eleger líderes nas igrejas recém-estabelecidas.

3. Mateus 4:1-2

"Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome."

Embora não seja especificamente sobre os discípulos, esse é um exemplo de Jesus jejuando, mostrando a prática do jejum como um meio de resistência espiritual.

4. Lucas 5:33-35

"Disseram-lhe: 'Os discípulos de João jejuam frequentemente e fazem orações, assim como os dos fariseus; mas os teus discípulos comem e bebem.' Jesus respondeu-lhes: 'Podem, por ventura, os amigos do noivo jejuar, enquanto o noivo está com eles? Mas virão dias em que o noivo lhes será tirado, e nesses dias jejuarão.'"

Neste trecho, Jesus fala sobre o jejum no contexto da sua presença com os discípulos, indicando que o jejum seria apropriado em outra ocasião.

5. Atos 9:9

"E ele, estando três dias sem ver, não comeu nem bebeu."

Este versículo descreve o jejum de Saulo (que mais tarde se tornaria o apóstolo Paulo) após sua conversão no caminho para Damasco.

Essas passagens mostram o jejum sendo praticado tanto pelos discípulos quanto pelos apóstolos, com o propósito de buscar orientação de Deus, fortalecer a fé e preparar-se para a missão.

Os tipos de jejum descritos na bíblia

Na Bíblia, o jejum é uma prática espiritual que pode assumir diferentes formas, dependendo do contexto e da intenção. Aqui estão alguns tipos de jejum descritos nas Escrituras:

1. Jejum Completo (Sem Alimento e Sem Água)

Este é o jejum mais rigoroso, no qual a pessoa se abstém tanto de alimentos quanto de água. Exemplos incluem:

Moisés: "Moisés esteve ali com o Senhor quarenta dias e quarenta noites, sem comer pão nem beber água" (Êxodo 34:28).

Elias: "Elias levantou-se, comeu e bebeu, e, com a força daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus" (1 Reis 19:8).

Jesus: "Então Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. E, depois de jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome" (Mateus 4:1-2).

2. Jejum Parcial (Abstinência de Alimentos Específicos)

Este tipo de jejum envolve abster-se de certos alimentos, mas não de todos. Um exemplo claro de jejum parcial é o de Daniel, que se abstém de manjares do rei e vinho, optando por legumes e água.

Daniel: "Resolveu Daniel não se contaminar com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; por isso pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não se contaminar" (Daniel 1:8). Mais tarde, em Daniel 10:3, ele faz um jejum de 21 dias, sem comer carne, vinho ou delícias.

3. Jejum com Abstinência de Comida e Bebida

Este jejum é similar ao jejum completo, mas com a ênfase na abstinência de comida e bebida. Por exemplo:

Os Nínivitas: Quando o profeta Jonas os advertiu sobre a destruição iminente, os habitantes de Nínive se arrependeram e jejuaram, abdicando de comida e bebida. "E os homens de Nínive creram em Deus e proclamaram jejum; vestiram-se de saco, desde o maior até o menor" (Jonas 3:5).

4. Jejum de Oração e Arrependimento

O jejum também é frequentemente associado ao arrependimento e à oração. Este tipo de jejum busca a reconciliação com Deus e a humildade diante de Seus olhos.

Esdras: "Então, eu apregoei um jejum junto ao rio Aava, para nos humilharmos diante de nosso Deus" (Esdras 8:21).

Neemias: "Quando ouvi essas palavras, sentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias, e estive jejuando e orando diante do Deus dos céus" (Neemias 1:4).

5. Jejum Público e Comunitário

Às vezes, o jejum é realizado de forma coletiva, como uma nação ou grupo de pessoas, com o objetivo de buscar a intervenção de Deus ou um milagre.

Jejum de Ester: A rainha Ester pediu que os judeus jejuassem por três dias antes de ela se apresentar ao rei para pedir a salvação do seu povo: "Vai, ajunta todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite" (Ester 4:16).

6. Jejum Espiritual (Humildade e Arrependimento)

Este tipo de jejum enfatiza a humildade diante de Deus e é muitas vezes ligado ao arrependimento pessoal. No Antigo Testamento, há advertências contra jejum vazio, sem um coração sincero.

Isaías 58:6-7: "Porventura não é este o jejum que eu escolhi: que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras do jugo, e deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo? Não é também que repartas o teu pão com o faminto, e abrigues os pobres errantes, e, quando vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?"

7. Jejum como Disciplina Espiritual

O jejum é também uma prática de autodomínio e disciplina para crescer espiritualmente. Jesus ensinou sobre o jejum, indicando que ele deve ser realizado com sinceridade e sem ostentação.

Mateus 6:16-18: "Quando jejuardes, não vos mostreis sombrios, como os hipócritas, porque desfiguram o rosto para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo que já receberam a recompensa. Tu, porém, quando jejuardes, unge a cabeça e lava o rosto, para não parecer aos homens que estás jejuando, mas sim a teu Pai, que está em oculto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará."

Esses tipos de jejum ilustram diferentes motivos e formas de praticá-lo, sempre com o foco em uma conexão mais profunda com Deus, em busca de Sua direção, intervenção ou transformação espiritual.